Dívida do tráfico quase acaba em morte
Não fosse a ação de um policial militar de folga que estava comprando pão na padaria Wegner, na avenida 1º de Maio, e Gabriel Godói Monteiro (22), certamente teria sido morto pelo adolescente R.C.C. (17). A polícia suspeita de cobrança de dívidas junto ao tráfico de drogas.
Enquanto a companheira Fernanda de Lima Tucílio (27) comprava pão, Gabriel esperava tranquilamente do lado de fora, sentado em sua moto. Foi quando o menor apareceu, também de moto. Após se aproximar de Gabriel, o menor iniciou uma discussão mais áspera.
Enquanto os dois discutiam, como se o menor tirasse satisfação de Gabriel, o policial via tudo a certa distância. Em determinado momento, o “cobrador” empurrou Gabriel, que caiu da moto. Foi quando R.C.C. puxou uma arma da cintura e apontou para Gabriel.
Nesse instante o policial sacou de sua arma e encostou o revólver no corpo do menor, anunciando: “Polícia!”, e R.C.C. desistiu de levar adiante a idéia de atirar em Gabriel. O menor recebeu voz de prisão e ficou imobilizado até a chegada de reforços da PM.
Com a chegada das guarnições, as coisas começaram a clarear. Gabriel já é conhecido dos policiais. Na batida dada na noite de domingo (18) na boate Monalisa, Gabriel foi flagrado pelos PMs comprando drogas. Na tentativa de fugir, ele arrancou com a moto tentando atingir os policiais. Os policiais atiraram e ele acabou caindo com a moto. Detido e revistado, ele foi liberado, mas acabou deixando cair os documentos.
Desde então Gabriel pode ter acumulado dívidas com os traficantes. Hoje os dois já haviam se encontrado e discutido. Gabriel contou aos PMs que eles brigaram e que R.C.C. teria levado a pior.
Intrigados com a atitude do menor, os policiais do serviço secreto da PM foram à residência de R.C.C.. Durante as buscas, um dos policiais percebeu um ninho de passarinho no beiral do telhado da casa, junto á calçada. Curioso, ao mexer no ninho ele acabou encontrando uma câmera de segurança escondida.
A conexão do equipamento levava direto a um aparelho de TV dentro da casa, de onde R.C.C. e a companheira controlavam a chegada de possíveis “clientes” e da própria polícia, que já tinha conhecimento do “ponto”.
No interior da casa ainda foi encontrado um toca CD automotivo, com clara indicação de que teria sido arrancado a força de dentro de um veículo, o que tem caracterizado inúmero registros de furtos na cidade.
Com R.C.C., que é natural do Rio Grande do Sul, a polícia encontrou um revólver calibre 38 municiado com duas balas intactas. Ele, que foi apontado por Gabriel como traficante, reside na avenida 1º de Maio com uma mulher que trabalharia na boate Monte Verde.
Já Gabriel é natural de Varginha (MG) e mora na rua Nova Trento com a companheira Fernanda. Ele, que tem duas passagens na polícia paulista por furto, conheceu Fernanda em Varginha (SP). Provavelmente por querer distância da polícia de São Paulo, o “casal” decidiu fixar residência em Brusque.